Para o blogueiro Tom Yager, o kit de desenvolvimento de software da Apple para o iPhone e o iPod Touch deixa para trás a Nokia, Microsoft e Adobe.
Por Infoworld, EUA
14 de março de 2008 - 17h35
Oito meses atrás, a Apple não aparecia no espaço móvel. Hoje, de acordo com a própria empresa, o iPhone é o segundo smartphone mais popular do mercado, perdendo apenas para o BlackBerry.
Durante o lançamento do aparelho, foi exatamente isso o que Steve Jobs disse que estava por vir.
O que ele admitiu não ter previsto foi a reação do mercado à falta de um SDK – kit de desenvolvimento de software – que daria suporte à produtos de terceiros complementares ao iPhone.
A plataforma da Apple é hoje a única sem um suporte customizado para aplicativos, e isso bloqueou a entrada da empresa em um terreno em que a RIM nada de braçada. Isto também desestimulou os desenvolvedores Mac que puseram a marca no mapa e a mantiveram lá com aplicações nativas.No próximo mês de junho, a Apple deve corrigir o erro. A Apple vai começar a oferecer seu SDK para o iPhone e será que isso vai gerar a mais simples, melhor documentada e mais rica experiência para desenvolvedores de aplicativos móveis?
Eu venho desenvolvendo aplicativos extenaivamente com as plataformas Symbian, Windows Mobile e BlackBerry. O iPhone deixa todos eles para trás, me fazendo rir de quem decidiu que o desenvolvimento de aplicativos móveis tem que ser difícil. Aqui vai um conselho: se você é novo na área, o iPhone ou o iPod Touch são ótimos para começar.
Não posso fazer justiça ao SDK do iPhone em um post, mas eu posso citar alguns pontos. Para começar, os desenvolvedores não precisam usar Objective-C, C ou C++ para escrever software para o iPhone. A Apple adicionou a única coisa que eu tinha certeza que ela não adicionaria ao browser do aparelho – o Safari – pavimentando o caminho para aplicativos desenvolvidos em JavaScript, HTML e CSS que rodam mesmo quando a rede não está disponível.
Mais que isso, o JavaScript do iPhone não força os programadores a usar arquivos de texto ou XML. Ele usa o SQL, completo com transações. A Apple também colocou algo de flash no GUI do Safari com suporte embutido para SVG (Scalable Vector Graphics) e animações, automáticas e explícitas. A empresa também fornece código de aplicações Web que imitam o GUI nativo do aparelho, permitindo que a aplicação possa rodar em toda a tela, sem deixar sinal de que está rodando no browser. O suporte offline do iPhone é tão robusto, que o vejo sendo portado para desktops no futuro.
Do lado nativo, nós sabemos agora que o sistema operacional do iPhone é baseado no OS X 10.5, a.k.a. Leopard, e que a Apple contou com desenvolvedores Mac. Suas habilidades, e seu conhecimento do código, foram movidos para o aparelho móvel. Na verdade, há tantas similaridades entre o Mac e o iPhone , que muito da aprendizagem do código para o aparelho está em se familiarizar com o que não pode ser feito.Por exemplo, as mesmas facilidades de apresentação, como o OpenGL e Quartz, estão presentes nos dois equipamentos, mas o OpenGL do iPhone é uma versão reduzida do OpenGL ES (Embedded Systems) e o Quartz é limitado a gráficos 2-D. Mas é bom usar a palavra “limitado” com cuidado quando se fala sobre o SDK do iPhone. O Quartz pode ser 2-D, mas ainda pode baixar, exibir, escalar, anotar e salvar arquivos PDF. Seu telefone ou mp3 player fazem isso?
As aplicações nativas do iPhone têm acesso às APIs do padrão POSIX C e outros como soquetes Berkeley para comunicação TCP/IP. Todos os códigos de terceiros rodam em uma sandbox, o que significa que o sistema operacional exerce forte controle sobre seu acesso ao sistema de ligações, portas TCP, arquivos e outros recursos. Você não pode escrever um aplicativo que dependa de arquivos de outros aplicativos. Você não pode desenvolver uma caixa de e-mail customizada ou um servidor Telnet que usem as portas padrão TCP, independente de o iPhone as estar utilizando.
Claro, não há caminho entre a sandbox e qualquer equipamento interno que você possa utilizar para mudar o telefone para uma operadora diferente. A sandbox é robusta o suficiente para enfrentar qualquer hacker, e a Apple a desenvolveu para permitir que qualquer aplicativo possa ser rastreado até seu criador. O metodo escolhido para registrar e certificar aplicações vai gerar polêmica, mas os usuários precisam saber que vão utilizar seus aparelhos em completa segurança.
Eu vou deixá-los com dois detalhes que colocam o iPhone próximo dos melhores desenvolvedores: o display multitoque e o acelerômetro. Ambos são acessíveis em código nativo, como o JavaScript. Gesto complexos de toque, como pinçar, circular e arrastar são enviados ao software como eventos que vão além dos básico toque. Para fazer o teclado aparecer, você não precisa pedir por isso, você simplesmente move o foco para um arquivo de texto.
O acelerômetro foi desenvolvido para levar a Apple onde o Mac nunca esteve no mercado de games. O iPhone pode sentir orientações e movimentos em espaços 3-D. Quando você se move, ou qualquer outra coisa acontece com seu iPhone ou iPod Touch, um aplicativo pode saber sobre isso. As possibilidades são infinitas e podem-se ver no futuro sérias utilizações para este sensor 3-D. Ele é um controle intuitivo para processos complexos que hoje requerem dos operadores que esqueçam a natural percepção humana em 3-D em favor de controles 2-D, como botões, switches, mouse e joysticks.
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